2 de set. de 2009

O catador de latinhas que não era meu...

Uma vez uma amiga teve uma feliz ideia de me contar uma historia de bebada dela, eu não perdi tempo em esconder a ilária historia e passei adiante...

Estava minha amiga, vou chama-la de "Babi" (pra não comprometer ela), em São Cristovão na Feira dos Paraíbas, bebendo e querendo esquecer da vida. Babi tava sem namorado, sem muito dinheiro, sem um amigo homem para dançar forró, ou seja, tava na "merdinha". Bebeu, mas bebeu, mas bebeu... lá é barato...encheu o pote e resolveu aceitar dançar com o primeiro que lhe chamasse.

Pois bem, ja muito groge, observou um homem se aproximar..."moça me dá a honra dessa dança?" babi: "Do sim moçu, vamu lá!" dançou, mas dançou,mas dançou...varias musicas...notou que o homem tinha um cheio caracteristico, mas não conseguiu distinguir de quê. Continuou dançando alegremente com o desconhecido que por acaso era muito cavalheiro. Até perguntou a ela : "moça tem certeza que seu namorado não vai se importar de continuarmos a dançar?" Babi: "nada moçu, eu to solteira, rsrsrs". E continuaram animados...

Depois de umas 5 musicas, o moço resolveu ir embora.."moça agora tenho que continuar a trabalhar, foi um prazer, espero vê-la aqui novamente" Babi: "poxa mas ja vai?que pena!"

Babi ficou triste, mas pelo menos tinha dançado, aproveitado...

Ela ficou por um tempo observando o tal moço ir embora, notou que ele pegara do chão uma sacola imensa cheia de latinhas e continuava a se abaixar para pegar outras que no chão estavam. Uma de suas amigas que tinha ido com ela a Feira disse: "Babi você teve a coragem de dançar com um catador-de-latinha??Como aguentou o cheiro, amiga??" Babi : "meu deus, bem que ele tinha um cheiro estranho!e depois só percebi quem ele era quando o vi pegar o sacão de latinhas, aí meu déeeeuuusss!Não credito!!!"
A amiga: "isso que dá beber demais, Babi, agora ja era!rsrsrsrsrs"

Coitada da "Babi"...era só o que faltava pra noite dela ter se tornado uma merda, dançar com o catador fedido e ainda ter sido "abandonada" por ele, quando ele foi embora "trabalhar"...

Amiga te devo essa, mas não pude deixar passar.

31 de ago. de 2009

Uma tarde cabeluda

No meu primeiro post no blog, vou correr o risco de parecer fútil para falar sobre um assunto que é, para mim, o maior mistério do mundo (pelo menos do mundo que eu conheço): o meu cabelo. Meu cabelo tem vida própria. Não adianta pintar, alisar, enrolar, trançar, arrepiar: se ele não quiser, nada feito. Se o meu cabelo não quiser ser loiro, não importa se eu comprar tinta “Carla Perez”. Ele não vai clarear. Se eu quiser alisar ele, não importa se eu gastar mais de R$100 em uma dessas escovas da moda por aí: ele não alisa. E se eu quiser um corte X, é mais provável que ele termine com um corte Z. Para terem uma ideia, quando quero abaixar o volume e alisar meu cabelo, eu faço tranças, deixo por 10 minutos e depois solto. Praia e piscina? São máscaras de tratamento, deixando-o liso e brilhoso. E prancha simplesmente é o seu inimigo número 1, deixando quebrado. Sim, é uma criatura a parte. Ele é o Highlander dos filmes, a Mystique das histórias de quadrinhos, o McGyever dos anos 80 e o Jack Bauer do novo milênio.

Mas mesmo assim, é o MEU cabelo. Sendo assim, é claro que sempre insisto em deixá-lo exatamente como eu quero. Que inocência minha....

Com isso em mente, depois de quase duas semanas de uma escova de chocolate que só deixou um cheiro enjoado e um corte que, além de deixar uma franja retalhada, ficou mais curto do que deveria, eu resolvi consertar a franja sozinha. Isso mesmo. S-O-Z-I-N-H-A.

Eu escutei seu riso, viu?

Eu sei o que vocês estão pensando... “Eu já vi esse filme”. Mas dessa vez eu resolvo me preparar melhor. E como fazer isso? Pensemos... Onde procurar sobre cortes de franja? A resposta é bem óbvia, né? Eu vou procurar no Google. Ah, e no You Tube também.

Depois de ler alguns blogs sem achar exatamente o que quero, eu parto para o You Tube e encontro um vídeo de uma menina americana que se diz cabeleleira/make-up artist (com vídeos bem legais no canal dela) que tem a franja que eu quero e ensina como cortar sozinha. Voilá! Vejo duas vezes o vídeo e já me acho pronta e apta pra cortar minha franja. Vou até meu banheiro, coloco um saco plástico para não sujar a pia (Há! Essa foi a parte mais engraçada... Eu ACHEI que não ia sujar a pia... pelo menos ficou menos suja que a roupa!) e começo a seguir os passos dela. Como a franja cortada no salão estava maior do que eu desejava (muito abaixo da orelha), decido não cortar, apenas modelar para que ela fique em degrau quando colocada de lado. Assim, se ficar bom, eu corto o comprimento de novo e remodelo e, se não ficar, eu ainda tenho o comprimento não muito curto para uma segunda chance. Perfeito. O problema é que não houve só uma segunda chance. Houve também uma terceira, uma quarta, uma quinta... e a partir daí cansei de contar. A falta de paciência bateu, e começei a cortar de qualquer jeito, usando meus dois anos de estudo de física na faculdade para calcular a maneira certa do caimento da franja de acordo com a gravidade e o atrito dos fios entre si. Epa! Quando me dei conta que estava recorrendo até a cálculos, achei que já estava na hora de parar.... A obsessão estava tomando conta.

Só pra ver o que eu tinha errado, resolvi voltar a procurar pelo corte. Tsct tsc... Pois é... Achei outro que, na hora, tinha certeza que ia dar certo, e voltei ao banheiro com a tesoura e o pente e voltei a retalhar, ops, cortar a franja. O resultado foi uma franja de um lado maior que o outro e uma parte do cabelo, que não é franja, cortado como franja. Porém, quando a franja era jogada pro lado direito podia ser percebida um leve (bem leve) caimento (gravidade e atrito dos fios de mãos dadas, univo-os!). Resolvi deixar um lado maior que o outro mesmo (se colocasse o resto do cabelo na frente dava pra disfarçar).

Mas como sou mais teimosa ainda, resolvi ler um último blog que estava aberto e a menina, que também se dizia cabeleleira, tinha fotos dela mesma cortando o próprio cabelo usando outra técnica (bem mais fácil), com resultado exatamente como eu queria! Por que ela consegue e eu não?? Resolvi que era questão de honra voltar para o ringue, agora usando essa técnica.

E não é que deu certo?

Tirando o cabelo que não é franja ter sido cortado e o fato da franja estar agora muito curta (uma parte nem dá pra ser coloca atrás da orelha, o que, tenho certeza, irá me irritar e muito em alguns dias), até que ficou com um caimento legal. Eu poderia cortar mais e igualar todo o comprimento (já que uma parte continua maior que a outra), mas decidi não ter confiança demais que o meu cabelo vai ter piedade de mim mais de uma vez em um dia.

Mas quem sabe amanhã eu não cisme em tentar, né?

25 de ago. de 2009

Como mudar a escolha profissional

Sabe, existem coisas que quando contamos ninguém acredita e essa é uma delas. O fato de amar bichos sempre me levou a fazer coisas que envergonharia qualquer mãe pudica. Quando ainda estava no ensino fundamental, mudei de cidade e fui morar no interior do estado para estudar em um colégio de aplicação da faculdade de medicina. Chegando lá, descobri que além de medicina existia o curso de veterinária e tratei de me informar sobre o curso sonhando futuramente em me tornar "médica de bichinho". Comuniquei meu interesse para minha coordenadora, que decidiu levar minha turma para um passeio pela faculdade de medicina. Quando cheguei na sala de anatomia, deparei-me com uma boneca vestida de noiva. Achei o vestido meio brega, aquilo meio estranho mas continuei a caminhada. A primeira sala era feita de grandes mesas de azulejo branco, deveria ter umas 9 ou 10 mesas iguais. A sala seguinte era feita de grandes tanques com umas inscrições que desconhecia e estavam fechados. A esquerda da sala, podíamos encontrar 2 subsalas, onde uma era de ossos e outra de fetos. Eu e minha amiga Isabella, estávamos visivelmente nos "borrando" de medo. A professora achou prudente não abrir os tanques e mostrar a sala dos ossos e dos fetos. Os ossos eram invernizados ou algo parecido para evitar a ação do tempo. Existiam milhões de ossos de todos os tipos. Quando entramos na sala de fetos, eu já possuía uma coloração levemente esverdeada e minha fiel escudeira estava aos prantos pedindo pra ir embora. Obviamente, não iria liberá-la desta aventura meio macabra. Fiquei consolando-a por algumas horas quando decidimos entrar juntas na sala de fetos. Nesta sala, fetos que foram abortados ganhavam espaço em um vidro para que pudessem ser estudados. Na moral, eu sou muito linda, mas se eu tivesse sido abortada com 3 ou 4 meses, teria medo de mim mesma. Uns com cara de girino e outros praticamente formados. Isabella nessa hora já estava se esguelando, implorando minha piedade inexistente. Quando nos demos conta, a turma já tinha ido embora e eu e Isabella tínhamos ficado presas na maldita sala. Fomos checar a porta e estava trancada. Isabella começou a dizer que estava passando mal e que queria ir pra casa. Eu não sabia o que fazer na hora, mas apesar da confusão, a curiosidade invadia meus pensamentos. A hora da saída do colégio se aproximava e minha mãe me aguardava do lado de fora do colégio para saber como tinha sido meu dia. Propus que Isabella me ajudasse a encontrar uma janela ou uma porta de saída, quando então, entramos na sala que continha os temidos tanques. As janelas eram altas e pequenas, não dava para pular. Subi em uma mesa de ferro pesada que ficava exatamente embaixo da janela e não dei altura para ver se passava alguém e pedir ajuda. No colégio, minha mãe estava desesperada aprontando um barraco "de leve" com a professora desatenta. Como a forma de nos retirar de lá era esperar que alguma boa alma viesse abrir a porta, resolvi ver o que tinha dentro dos freezers. Isabella abriu o primeiro e quase vomitou. Era um monte de braços meio roxos boiando. Decidi abrir o segundo na esperança de encontrar alguma cabeça conhecida (vai saber o que passa na mente de uma criança de 12 anos). Encontrei uns pés, tornozelos, coxas, tudo separado. Achei melhor ir pra sala de ossos porque o cheiro que saiu do freezer estava me embrulhando o estômago. Até que, quase uma hora depois, tio Dornelles, o inspetor, abre a porta da sala e nos liberta. Depois desse dia, Isabella escolheu cursar direito e eu jornalismo. Parei de assistir as aventuras do Scooby doo e detesto filmes de terror. A vida teria sido melhor comigo se não fosse o cheiro que aqueles corpos exalavam ...

20 de jul. de 2009

Quando o "célebro" não funciona, o "estrômbago" agradece

Quinta-feira, este dia poderia ter sido normal como todos os outros, mas não foi (assim como todos os outros). Bem como 2 + 2 são 4, a probabilidade de tudo dar errado num só dia para mim é quase que 100% certo.

Estava eu muito bem na minha, como sempre, cuidando da minha vida, pra variar, quando chega uma pequena pessoa, bonitinha, fofinha e que contém metade do meu código genético e resolve me aporrinhar, tirar minha atenção, grudar no meu braço, pé, perna, cabeça, pescoço, etc..Dai como toda mãe eu berro, peço, choro, imploro, suplico, chantageio, o diabo-a-4, tudo pra conseguir meu dia de paz. Depois de parte do problema do dia resolvido, vem o seguinte. A pessoa que passa 9 meses nos carregando, falando aos nossos ouvidos, pernas, braços, cabeça, sem termos para onde correr e acha que ainda tem domínio sobre nós depois de 28 anos de cordão umbilical cortado; resolve reclamar, reclamar e mais...reclamar.

Saio então de casa para fugir de toda essa “alegria diária” e com a esperança de receber no meu ultimo dia de trabalho o que falta do meu mísero salário. No caminho para o meu tão sonhado, esperado e maravilhoso trabalho, sigo me alimentando de milagrosos amendoins que transformam o meu final de dia em completa alegria. Quando chego ao meu destino, o tão esperado e mísero resto de salário não se encontra. Foi viajar com meu chefe, olha que maravilha!Esplendido!

Sem mais opções, sigo então de volta para a minha ultima batalha, o retorno para a casa. Voltando do jeito que fui (na completa merda). Mas nem tudo estava perdido, ao descer para pegar meu segundo “Mercedes bens” encontro no meu caminho a luz! O mercado Campeão aberto! Entrei, comprei umas 5 amigas “skoletes” long neck e voltei feliz para meu “lar doce lar”.

Esperando que a viajem acabasse logo para começar a festa com as “skoletes”, deparo no ônibus com um ser deprimente e crente que eu ia cair no golpe do “me empresta seu cel pra eu ligar a cobrar?”. Coitado, pegou a vitima errada, eu estava no meu momento mais egoísta possível, “cagando-e-andando-baldes” para geral. Livrei-me do ser e rezei para a viajem acabar.

Ao chegar, depois que todos dormiram, comecei minha reunião com as skoletes. Bebi todas, encontrei mais dois amigos perdidos no armário o “cantinho da roça” e o “limão-com-açúcar” e finalizamos a festa! Acordei o pobre-coitado do meu namorado pra falar nada com nada, conversei palavras sem sentindo algum com minha querida prima e mandei pelo caminho de cima embora todos os meus milagrosos amendoins. Não me lembro de muita coisa depois que encontrei os meus outros “amigos perdidos”, só sei que a conseqüência desse maravilhoso encontro foi muita dor de cabeça, muita dor no estômago, uma perna mancando e um dia de dieta alimentar forçada. Agradeço a todos pela colaboração neste dia que culminou com a minha queda.

16 de jul. de 2009

Aprontando em "Barba-sepetiba-cena"...

Quando eu tinha 10 anos e fui morar lá em "Barba-sepetib-ena", um bairrozinho bem atrasado do Rio. Lá vivi diversas das minhas melhores aventuras. Além de me vestir bem breguinha e largada como um molequinho de rua lamacenta, tive a oportunidade de morar numa casa relativamente grande e com muita natureza em volta (pé-disso, pé-daquilo), criar animais bem exóticos (ou devo dizer bem "esquisitos"), conhecer muitas pessoas "sem-noção", descobrir meu lado empreendedor e usar minha oratória pra cima dos desafortunados, me tornar uma ciclista profissional (ou se locomovia de bicicleta ou mofava no ponto), descobrir meu lado científico realizando muitas autópsias em sapos já mortos que se suicidavam na minha piscina, desenvolver minha imaginação para escrever e sacanear os outros .... Enfim, eu aprontei muito e aprendi bastante também. Viver em "Barba-sepetib-ena" teve suas vantagens.
Em uma de minhas aventuras, tive a feliz idéia de colher e vender os jambos que nasciam lá em casa. Todo dia que dava jambo, lá ia eu montar a minha mesinha na porta de casa para empurrar jambo para os vizinhos comer. "Come! Faz bem! É bom pra saúde!". Jambo é a fruta mais sem graça e ruim que já comi em toda a minha vida, mas a alma do negócio é: mentir muito.
Quando não estava vendendo frutas ruins e que ninguém lá em casa gostava de comer, eu vendia minhas coisas velhas e quebradas. Discos que eu dizia que eram maravilhosos, barbies com pescoço quebrado. E as minhas melhores vítimas eram minhas amiguinhas ingênuas (coitadas!).
Eu era muito boa amiga quando criança, emprestava só os brinquedos velhos, quebrados, chatos e apelidava as amigas que sofriam com os apelidos (coitada da Ana paula-orelha-de-Dumbo).
Eu também era muito boa com os animais. Quase fui veterinária. Ajudei muito o meu cachorro a matar cobras-d'água, "mata Skipe, mata". Criei preás que se multiplicavam o dobro a cada trepada. E até as pobres preás eram vendidas pela vizinhança, "compra vai, nem dá trabalho, vive só 2 anos". Tentei criar jabotis, mas, nas duas vezes que tentei as duas conseguiram fugir. Uma vez ganhei um scargot (um caracol gigante q muita gente gosta de comer), "o que é que eu faço com esse bicho? O que ele sabe fazer?". Não durou nem um mês, soltei a droga do bicho que não sabia fazer nada, além de deixar um rastro de gosma por onde andava. Mas, a amizade mais linda que tive com um animal exótico foi com a Joana, a porca do vizinho. Vi os filhos de Joana nascer, alimentava Joana e visitava-a sempre. Até que um dia, o vizinho disse que Joana havia "falecido" e no dia seguinte, teve churrasco só de linguiça lá em casa. Só descobri que tinha comido a Joana no dia seguinte, pois meu padrasto "querido" fez questão de me sacanear.
Mas, uma de minhas aventuras favoritas foi as paródias de funk que criei, sacaneando um vizinho muito metido a besta. Criei músicas sacaneando ele e enviei-as em cartas para a casa dele (utilizando uma de minhas ingênuas e bode-espiatórias), marquei encontro com ele fingindo ser uma menina que gostava dele e só ele foi ao encontro. Foi bem divertido!

Viver no mato requer muita criatividade para se divertir e matar o tempo. E, nisso, eu me tornei PhD.

13 de jul. de 2009

Como não mudar de visual

Hoje acordei com vontade de mudar o rosto, o corpo e o cabelo... De alma, se for possível! Isso porque meu aniversário está se aproximando e eu cheguei a conclusão que o meu corpo de 23 tá pior do que o da Madonna com 50. Pois bem, eu tenho três opções:

1°-
Ficar em casa me lamentando devorando uma caixa de bombons enquanto vejo o programa da Márcia Goldsmith;
2°- Sair agora mesmo para me matricular em uma academia que tá com um preço bom e aproveitar pra passar no salão fazer luzes, unha e depilação.
3°- Poupar dinheiro ao máximo, indo até a locadora para alugar o dvd da Solange Frazão e começar a malhar em casa. Logo em seguida, compraria tinta de cabelo, papel e cera para depilação, esmalte vermelho e um alicate de cutícula.

Bem, eu não sei o que vocês escolheriam no meu lugar, mas achei a opção número 3 super coerente. Me arrumei, passei primeiro na farmácia e depois na locadora. Resolvi pintar o cabelo em primeiro lugar. Escolhi uma tinta que tem a Grazi Massafera na caixa. Pensei... meu cabelo vai ficar lindo e loiro igual ao dela! Lêdo engano! Meu cabelo, após 30 minutos, parecia o cruzamento da Rita Lee com o Serguei. Estrilei como uma passarinha tepêmica. Além de ter ficado seco, arrepiado e opaco ele também ficou laranja. Pensei em processar o fabricante por propaganda enganosa, mas achei melhor, pelo menos, terminar a unha e a malhação, afinal, nem tudo tinha dado errado.
Parti para a segunda parte do plano, a depilação. É impressionante o que 15 dias fazem na vida de uma mulher. É possível mudar até de classificação científica, deixando de ser mulher e virar uma orangotanga. Aqueci a cera conforme o descrito na embalagem, passei no papel e... PUTZ! A minha sensação foi que eu estivesse indo até a lua sem escalas. Metade da cera tinha permanecido na perna, e eu tinha que retirá-la, sendo que, eu havia esquecido de comprar óleo de remoção. Cara, como eu ia sair de casa? Com o cabelo laranja e a perna totalmente cheia de cera? Liguei pra minha mãe, chorando e desesperada. "Mãããe como eu faço pra tirar isso na minha perna?". Minha mãe não sabia como me ajudar, mas teve uma saída sagaz para o meu problema. "Filha, quando grudei um dedo no outro com Superbonder, eu passei água quente e saiu tudo". Desculpem agora o palavreado mas, CARALHO!! Segui atentamente as instruções e, como resultado, além de uma perna grudada, eu ganhei uma perna vermelha e queimada. É muita sorte, não?
Como a perna estava ardendo e grudada, achei melhor não movimentá-la. Fui fazer a unha. Eu não sou uma pessoa dotada de uma excelente coordenação motora, mas faço o que posso. Comecei a cutilar as unhas e uma mão havia ficado ótima. Sabendo que eu sou destra e não tenho muita firmeza com a mão esquerda, resolvi ir devagarinho para que não ocorresse mais nenhum acidente. O dedo mínimo saiu ótimo, porém, quando fui para o anelar, vi o mar vermelho nas minhas mãos. Eu não havia tirado um bife, tinha tirado um churrasco inteiro! E era só o que faltava para o meu dia terminar perfeito, um dedo cheio de sangue, uma perna queimada e grudada e um cabelo de mico leão dourado.

Acho que não preciso explicar melhor como me tornei fã incondicional da Márcia Goldsmith.